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Uma Nova Maneira De Mudar Maus Hábitos

  • Writer: Felipe Bernardo Theodoro
    Felipe Bernardo Theodoro
  • Mar 19, 2020
  • 4 min read


No livro “The Little Book of Big Change” a doutora Amy Johnson fala sobre hábitos e como lidar com/mudar maus hábitos. Dentre eles ela fala sobre o hábito de fumar, como a maioria das pessoas tendem a fumar quando estão passando por alguma situação difícil, sentindo estresse ou tensão. Que o ato de fumar é a forma que as pessoas encontraram para sentir relaxamento, paz e clareza de barulho mental.


Eu sempre percebi que este hábito é claramente uma fuga, mas eu nunca tinha parado para notar que a fuga é na verdade uma procura urgente, mas inocente, por paz.


Neste livro, Amy fala:

“Apesar de parecer que seu hábito cria sentimentos positivos, ele na verdade cria sentimentos desconfortáveis (impulsos) e então te mostra como aliviar esta dor. Você não está relaxando mais, você está voltando para o patamar onde começou. Enquanto você deixa seu hábito para trás, seu patamar muda e se eleva, e você começa a se sentir melhor mais e mais vezes.”

Em outras palavras, a raiz dos nossos hábitos é na verdade pensamentos tensos e urgentes que vêm como impulsos na nossa mente, algo como por exemplo “Eu não consigo lidar com isso, esta situação está me fazendo sentir muito sobrecarregado, eu vou explodir se continuar assim!”.


E então nós procuramos uma maneira de sentir melhor, e ao procurar nós olhamos para fora para ver o que as pessoas fazem que funciona para elas. Até que, por exemplo, encontramos o cigarro e nos sentimos mais relaxados ao fumar. Pronto, feito! Agora toda vez que eu me sentir estressado e na beira de um precipício (imaginário) é só eu fumar que vou ficar bem.


O hábito é todo este processo. O hábito inclui o impulso de histórias que passam na nossa cabeça que acreditamos ser verdade, inclui as emoções que vem com estas histórias, inclui como nós lidamos com estas histórias e a ação que tomamos para nos sentir melhor. Nossos hábitos criam o problema e depois o resolve.


É bem insano, mas é como se eu não gostasse de sujeira, então eu derrubo lama no chão da cozinha só para eu limpar depois e sentir aliviado.


Histórias...São Verdade?


Mas, pera aí, se tudo começa com um impulso cheio de histórias carregadas com emoções que acreditamos ser verdade...e se estas histórias não existissem? Ou e se elas não forem realmente verdade? Todo o hábito então começaria a se dissolver.


Todo hábito é um primeiro um hábito de pensamentos, crenças e sinapses cerebrais que criaram um caminho neural no nosso cérebro. É o mesmo que saber que “O céu é azul”, nós não questionamos isso, este pensamento foi construído de inúmeras experiencias viscerais que tivemos no passado todas as vezes que olhamos para o céu e vimos a mesma cor.


Se eu te falasse que o céu é verde? Sua primeira reação provavelmente seria de negação, ou me colocar num hospício. Mas e se houver uma criança que passou a vida toda dentro de uma casa sem janela, sem nunca ter visto o céu, e falássemos para ela que o céu é verde? Ela vai acreditar 100% nesta ilusão. Seu cérebro vai criar caminhos neurais para fortalecer este pensamento.

Até um dia que esta criança é libertada, sai na rua e olha para cima. Toda aquela história que acreditou até aquele ponto vai ser duvidada e quebrada naquele instante. Agora quando ela ouve que “o céu é verde” ela não vai acreditar, todos aquela crença carregada de emoções não vai ter a força que uma vez tinha. O pensamento vai surgir e passar sem apego.


Para todo e qualquer mau hábito que temos nós podemos questionar as histórias que eles se baseiam, nos perguntar se elas são realmente verdade e perceber que no fundo no fundo, são só histórias.

Uma história não tem o poder de te machucar. Um sentimento não pode quebrar a essência de quem você realmente é.


Um pesadelo durante a noite é tão perigoso para o seu bem estar quanto um pesadelo que temos durante o dia, é só acordar que percebemos a ilusão do que estávamos experienciando – deixamos de levar tudo aquilo à sério. As emoções são reais, assim como podemos acordar bem amedrontados de um pesadelo, mas elas passam quando vemos que nada daquilo era verdade.


“Não aguento mais lidar com isso”, “Tem algo de errado comigo”, “Eu PRECISO me sentir melhor” ou “Esta situação/pessoa está me fazendo sentir mal” são pesadelos à luz do dia que vem com diversas emoções reais, mas todas estas histórias são justamente isto, só histórias.


Elas não estão representando a verdade, não são sinais do que está verdadeiramente acontecendo, são simplesmente interpretações amedrontadas que temos sobre o que é.


Então todas as vezes que sentimos os impulsos tensos destas histórias, nossos sentimentos não estão nos dizendo o que fazer, não estão nos dizendo sobre o futuro ou o passado, eles estão simplesmente dizendo que estamos sentindo nosso estado mental naquele exato momento.


O Que Eu Faço Então?


Não há nada que precisamos fazer para sentir melhor, pois nossa mente e corpo tem um mecanismo de autocorreção natural. O estado padrão da nossa mente é estar limpa e fluida. Nossa base é calma, clareza, paz e bom senso. Nós sempre voltamos a este patamar naturalmente e sem esforço.


Claro que uma vez ou outra vamos nos apegar e sentir estresse, ansiedade e tensão. Mas isto não tem nenhum significado intrínseco sobre nós, é só parte do jogo de sermos humanos. Quando mais percebemos que nossos impulsos amedrontados são pensamentos inúteis e impessoais que temos naquele exato momento, não os levamos a sério, eles passam, e sentimos livres para escolher e fazer o que quisermos a cada momento.


“Saber que uma grande porção do relaxamento e sentimentos prazerosos que vem do seu hábito – não importa qual hábito for – é o alívio da tensão criada pelo impulso (...) significa que uma vez que os impulsos se forem, haverá menos tensão para ser aliviada. Você ainda vai experienciar estresse e tensão na sua vida, claro, mas estes sentimentos virão e passarão – como para todas as pessoas. Você vai começar a voltar para seu estado padrão mais naturalmente, sem depender do seu hábito.” - Dr. Amy Johnson

Um abraço,

Felipe

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